20 de janeiro de 2007

Breve reflexão pessoal sobre a natureza da imagem




The end of the day - Monet

O texto “Imagens, cópias da realidade ou elementos construtores da realidade?” levou-nos a uma reflexão, embora sucinta, sobre alguns aspectos que nos parecem fundamentais relativos ao conceito de imagem.
O primeiro está relacionado com o próprio termo imagem. Este termo permite um leque muito diverso de significados que vão desde reflexo (de um universo visível), passando por sombras, de que nos fala Platão, até às imagens mentais ou signos.

“(…) parece que a imagem pode ser tudo e seu contrário - visual e imaterial, fabricada e “natural”, real e virtual, móvel e imóvel, sagrada e profana, antiga e contemporânea, vinculada à morte, analógica, comparativa, convencional, expressiva, comunicativa, construtora e destrutiva, benéfica e ameaçadora”. (Joly, 1996 p.27) 1

É este sentido polissémico do termo que nos exige particular cuidado na limitação do significado, conforme é referido no texto analisado.
Um segundo aspecto respeita à relação entre a imagem e a realidade. Por um lado, a perspectiva de que a imagem pode ser vista como possuindo traços comuns com aquilo para que nos remete – cópia da realidade. Por outro lado, a que admite a imagem como resultado da comparação que o produtor faz entre esquemas prévios (que possue) e observações empíricas. “O resultado não será uma cópia que vai reflectir o universo como verdade transcendente”.
Um terceiro aspecto prende-se com as funções que a imagem assume, designadamente a função epistemológica. A imagem dá-nos informações sobre o mundo, tornando-se assim, num instrumento de conhecimento.
No caso dos Descobrimentos, referido no texto, ela forneceu-nos um aumento considerável de conhecimentos sobre objectos, os lugares, as pessoas, através de livros, roteiros, diários de navegação…
Enfatizamos a importância da imagem na construção do conhecimento nomeadamente no campo científico (medicina, astronomia, matemática, física). Neste âmbito ela poderá ocorrer quer através de imagens “verdadeiras ou reais” ou resultantes de simulações.


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(1 ) JOLY, M., (1996), Introdução à análise da imagem, Campinas, Papirus




1 comentário:

Vitor Oliveira Jorge disse...

Viva
Conhece o meu blogue?
http://trans-ferir.blogspot.com

Interesso-me muito por estes problemas da imagem.
Quer enviar-me um mail sff?
O meu e-mail está no meu blogue.
Obrigado.
Saudações
VOJ